Retrospectiva Aviação 2024. O ano de 2024 foi repleto de eventos significativos na aviação, que impactaram tanto o setor quanto os passageiros. Neste blog, vamos embarcar em uma viagem mês a mês, relembrando os principais acontecimentos que marcaram a aviação neste ano. Prepare-se para uma análise detalhada dos eventos que moldaram o cenário aéreo em 2024.
Janeiro: Começos Turbulentos
O ano começou com um acidente grave no aeroporto de Haneda, em Tóquio. Em 2 de janeiro, um Airbus A350-900 da Japan Airlines, operando o voo 516 de Sapporo para Tóquio, colidiu durante o pouso com um Dash 8 da Guarda Costeira japonesa, que estava na pista sem autorização. O acidente resultou em um incêndio que destruiu ambas as aeronaves. Apesar da gravidade, todos os 379 ocupantes do A350 sobreviveram, mas 17 sofreram ferimentos. Infelizmente, cinco dos seis tripulantes do Dash 8 perderam a vida. Este incidente levantou sérias preocupações sobre a segurança operacional e os procedimentos de controle de tráfego aéreo.


No dia 5 de janeiro, um incidente envolvendo um Boeing 737 Max 9 da Alaska Airlines também chamou a atenção. O voo 1282, que partiu de Portland com destino a Ontário, sofreu uma descompressão quando um painel da fuselagem se desprendeu. Os pilotos realizaram um pouso de emergência, e felizmente, não houve feridos graves. Este evento gerou uma suspensão temporária da frota de 65 aeronaves da Alaska Airlines para inspeções.
Outros eventos significativos em janeiro incluíram um pouso forçado de um helicóptero da polícia rodoviária federal em Belo Horizonte e a localização dos destroços de um helicóptero em Paraibuna, São Paulo, onde quatro pessoas perderam a vida.
Fevereiro: Desafios e Tragédias
O mês de fevereiro trouxe à tona mais desafios para a aviação. Em 5 de fevereiro, a Boeing identificou um novo defeito em cerca de 50 aeronaves 737 Max, relacionado a furos mal feitos na fuselagem, levando à suspensão temporária da produção.
Em 6 de fevereiro, o ex-presidente do Chile, Sebastián Piñera, faleceu em um acidente de helicóptero, o que causou comoção no setor aéreo.

O mês também foi marcado pelo trágico acidente do helicóptero Robson R44, que desapareceu em 31 de dezembro de 2023, com todos os ocupantes encontrados sem vida, meses depois.
Além disso, a Azul Linhas Aéreas fez um movimento estratégico ao encerrar suas operações com o A350, optando por padronizar sua frota com o A330.
Março: Mudanças e Inovações
Em março, um incidente em Porto Príncipe, no Haiti, destacou a crescente violência na região, quando um avião comercial foi atingido por disparos durante a aproximação para pouso.
A Boeing anunciou a demissão de Ed Clark, chefe do programa 737 Max, após os incidentes recorrentes. A empresa também anunciou uma reorganização em sua divisão de aviões comerciais para melhorar a segurança e a qualidade na produção. Ao mesmo tempo, a Airbus demonstrou interesse em adquirir unidades da Spirit AeroSystems, buscando assegurar a qualidade de sua cadeia de suprimentos.
Em 10 de março, um Boeing 787-9 da LATAM sofreu uma perda abrupta de altitude durante um voo, resultando em ferimentos em aproximadamente 50 passageiros. A investigação revelou que o acidente foi causado por um movimento inesperado do assento do comandante, fazendo com que sua perna empurrasse o manche do avião, levantando questões sobre a segurança dos voos.
Abril: Avanços e Retornos
O mês de abril foi marcado pela entrega do primeiro CC-390 Millennium pela Embraer para a Força Aérea da Hungria, um marco importante para a fabricante brasileira. Além disso, o aeroporto de Congonhas em São Paulo anunciou um projeto de reforma, reforçando sua posição como um dos principais hubs aéreos do Brasil.
Por outro lado, a Gol Linhas Aéreas enfrentou um incidente trágico quando um cão, Joca, foi embarcado no voo errado e acabou sendo encontrado morto após um longo trajeto. Este evento destacou a necessidade de revisão das políticas de transporte de animais nas companhias aéreas.
Maio: Desafios Climáticos e Inovações
O mês de maio trouxe desafios naturais, com o fechamento do Aeroporto Internacional Salgado Filho em Porto Alegre devido a fortes chuvas e inundações.

Montagem do caça F-39 Gripen na Embraer, um passo importante para a modernização da Força Aérea Brasileira.
Além disso, a China anunciou o desenvolvimento de um novo avião de passageiros para competir com os gigantes Boeing e Airbus, sinalizando uma nova era de concorrência no setor.
Junho: Acidentes e Complicações
Em junho, um acidente aéreo durante o Beja Air Show, em Portugal, envolveu duas aeronaves da Patrulha Acrobática, levando a uma investigação sobre as causas do incidente.
O mês também viu a atualização de regulamentações e inspeções em aeroportos, com a ANAC limitando o número de voos semanais em Guarulhos, devido a não conformidades encontradas em uma inspeção.
Julho: Incidentes e Tragédias
O mês de julho foi marcado por um trágico acidente envolvendo um avião agrícola que combatia incêndios nos Estados Unidos, resultando na morte da piloto brasileira Juliana Turquet. Sua morte gerou homenagens e destacou a importância da segurança nas operações aéreas de combate a incêndios.

Além disso, um apagão cibernético global afetou diversas companhias aéreas, resultando em milhares de cancelamentos e atrasos. Este evento ressaltou a vulnerabilidade da aviação a falhas tecnológicas.
A Boeing também anunciou a compra da Spirit AeroSystems, encerrando sua independência de quase 20 anos.
Agosto: Tragédias e Perdas
Agosto foi um mês sombrio para a aviação brasileira, com a queda de um ATR 72 da Voepass, que resultou na morte de 62 pessoas. Este foi o acidente mais trágico da aviação brasileira em anos, levantando questões sobre a segurança operacional e a necessidade de melhorias nas práticas de segurança.

No mesmo mês, a Boeing suspendeu os testes de voo do modelo 777X após identificar falhas críticas, o que impactou ainda mais a reputação da empresa.
Setembro: Reestruturações e Novas Iniciativas
Setembro trouxe mudanças significativas, com a Azul Linhas Aéreas implementando alterações temporárias em seu serviço de bordo devido a desafios de abastecimento. A Gol também participou de um evento aéreo, destacando a importância da interação com o público e os entusiastas da aviação.
Além disso, uma série de eventos, incluindo um acidente envolvendo um Airbus A350 da Delta Air Lines e um CRJ900, além de uma greve de 30.000 trabalhadores da Boeing nos EUA. O mês também viu a Total Linhas Aéreas encerrar suas operações com o Boeing 727, marcando o fim de uma era.
Outubro: Desafios e Resgates
Em outubro, a Força Aérea Brasileira iniciou operações de repatriação de brasileiros no Líbano e a passagem do furacão Milton causou o fechamento temporário do Aeroporto Internacional de Orlando. O mês também viu acidentes trágicos envolvendo aviões agrícolas no Brasil.
Um avião agrícola que combatia incêndios em Minas Gerais sofreu um acidente fatal, levando a uma série de investigações sobre segurança nas operações aéreas.
Novembro: Mudanças e Despedidas
Novembro foi marcado pela despedida do último Boeing 727 operando no Brasil, encerrando uma era na aviação comercial. Também foi marcado por um incêndio em um Boeing 737 da Total Linhas Aéreas. O mês também destacou a suspensão de voos comerciais para o Haiti após incidentes de segurança.


Dezembro: Finais e Reflexões
O ano terminou de forma trágica com a queda de um avião de pequeno porte em Canela, resultando na morte de 10 pessoas. O incidente gerou uma onda de tristeza e reflexão sobre a necessidade de contínua vigilância e melhorias nas práticas de segurança na aviação.

2024 ainda não chegou ao fim e continua presenciando acidentes. No Cazaquistão, um Embraer 190, avião da Azerbaijan Airlines, voando de Baku para Grozny, capital da Chechênia, caiu com 5 tripulantes e 67 passageiros, 32 sobreviveram.

Um Boeing 737-800 da Jeju Air, sul-coreano com 175 passageiros e 6 tripulantes a bordo, derrapou na pista, após colidir com pássaros e bateu contra um muro no aeroporto Internacional de Muan.

Um Boeing da KLM 737-800, derrapou na pista após apresentar falha hidráulica, em Oslo, Noruega, não houve feridos graves.
Em um ano repleto de altos e baixos, a aviação em 2024 foi marcada por eventos que nos lembram da importância da segurança, inovação e resiliência no setor. Que 2025 traga novos desafios, mas também a esperança de um futuro mais seguro e eficiente na aviação.